VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PAGAMENTOS INDEVIDOS - Presidente da ALRS reage determinando pente-fino na folha.

Cherini anuncia pente-fino na folha. Presidente do Legislativo determinou uma força-tarefa para analisar a situação de todos os servidores, incluindo os inativos - Zero Hora 26/03/2010 - ADRIANA IRION

Com receio de que mais benefícios estejam sendo pagos indevidamente, o presidente da Assembleia Legislativa, Giovani Cherini (PDT), determinou ontem um pente-fino na folha de pagamento da Casa. Uma força-tarefa irá analisar a situação de cada servidor, incluindo os inativos. A verificação da folha em sua totalidade é uma medida preventiva, já que o relatório conclusivo da sindicância – que ZH publicou com exclusividade na edição de ontem – indicou que poderia haver outros casos de irregularidades, além dos 27 apontados. Em sete anos, a Casa gastou R$ 2,3 milhões com pagamentos irregulares de salários, auxílios-creche, vales-refeição, insalubridade e funções gratificadas.

A sindicância aberta em dezembro, porém, não apontou as pessoas responsáveis pelos atos. Por isso, Cherini determinou também novas apurações. O caso que virou símbolo desse descontrole – o de Sueli Regina Coelho Klein, que recebeu salário por 81 meses sem trabalhar – deverá ser explicado pela Secretaria da Fazenda. O parlamento vai notificar o órgão para saber por que o nome de Sueli não foi retirado da folha depois que sua exoneração foi comunicada, em 2003. O prejuízo ao erário é de R$ 706 mil.

Dezessete servidores ressarciram a Assembleia

À época, era a Fazenda que fazia a folha de pagamento do parlamento. Sueli trabalhou na Assembleia entre julho de 2002 e fevereiro de 2003. ZH teve acesso ontem ao mapa de frequencia no qual o parlamento comunicou a exoneração de Sueli à Fazenda, em março de 2003. Outras pessoas que constavam do documento tiveram os pagamentos cancelados. Só o de Sueli que não foi. A assessoria de imprensa da Fazenda informou que, assim que o órgão for comunicado oficialmente do caso, fará uma apuração. Segundo a Assembleia, 17 dos 27 servidores que receberam valores irregularmente já quitaram ou parcelaram a devolução. Agora, serão abertas sindicâncias por temas, ou seja, uma vai apurar todos os casos de pagamentos de auxílios-creche, outra vai verificar os de insalubridade e assim por diante.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O PODER LEGISLATIVO É UM DOS TRÊS PODERES DE ESTADO QUE GOVERNAM O RIO GRANDE DO SUL. PARA GOVERNAR, ELES PRECISAM DE TER CONFIANÇA DO POVO QUE É QUEM DELEGA O PODER. PARA TER A CONFIANÇA DO POVO PRECISAM AGIR COM LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E ECONOMICIDADE (L.I.M.P.E.). O LEGISLATIVO TEM POR ATRIBUIÇÃO ELABORAR AS LEIS E FISCALIZAR OS ATOS DO EXECUTIVO, O JUDICIÁRIO DE APLICAR COATIVAMENTE A LEI E O EXECUTIVO DE TRANSFORMAR A LEI EM ATO INDIVIDUAL E CONCRETO. PORÉM O QUE SE VÊ SÃO PODERES ARISTOCRÁTICOS QUE UTILIZAM O DINHEIRO PÚBLICO SEM CONTROLE OU LIMITES PARA ESTABELECER GRATIFICAÇÕES E SALÁRIOS ALTOS E DIFERENCIADOS, VERBAS A FUNDO PERDIDO, FARRAS SEM RESPONSABILIZAÇÃO E SALÁRIOS IRREGULARES PARA PESSOAS QUE NEM TRABALHAM NO PODER. É GERAL. BASTA ENTRAR NA CAIXA-PRETA DE CADA UM DOS PODERES QUE SAIRÃO "LAGARTOS"(COITADO DO BICHO). OU ALGUÉM DETENHA ISTO, OU O ESTADO CONTINUARÁ SENDO SUCATEADO, FALTANDO VERBA PARA ASEGURANÇA, SAÚDE E EDUCAÇÃO.

quinta-feira, 25 de março de 2010

CORPORATIVISMO - PARLAMENTO DO RS BANCA SALÁRIOS IRREGULARES E NÃO APONTA RESPONSÁVEIS PELO DESCONTROLE


RETRATO DO CAOS - PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA- Zero Hora 25 de março de 2010

Está desfeito o mistério sobre a identidade dos servidores da Assembleia que receberam pagamentos irregulares no valor de R$ 2,3 milhões. Todos estão devidamente identificados no relatório da sindicância a que a repórter Adriana Irion teve acesso, com detalhes sobre os valores depositados indevidamente em suas contas e por quanto tempo isso ocorreu. O que não se sabe, porque a sindicância não conseguiu apurar, é quem, além do sistema arcaico e do histórico descontrole, foi responsável pelos pagamentos indevidos.

Não foi possível concluir se houve dolo por parte de servidores responsáveis pelos pagamentos. Tampouco a comissão conseguiu apontar em que casos houve má-fé por parte de quem recebeu o que não era de direito e quais deles merecem o benefício da dúvida, já que em um dos casos investigados a pessoa vinha recebendo menos do que deveria e não percebeu.

À primeira vista, parece óbvio que é impossível uma pessoa receber mais de R$ 500 mil ao longo de anos e não desconfiar que havia alguma coisa errada com esses pagamentos. Os maiores valores foram pagos a Sueli Regina Coelho Klein (R$ 706.744,44 no acumulado) e João Antônio Guimarães (R$ 501.646,91). Ela não foi localizada pela comissão. Ele é funcionário de carreira.

Por limitações na sua atuação, como a impossibilidade de quebrar sigilos, a sindicância não apurou se essas pessoas ficaram com todo o dinheiro recebido ou se dividiram com padrinhos políticos ou com funcionários da Casa o que entrou em suas contas.

Ainda há inúmeras perguntas sem resposta, que só quem passou pela administração da Assembleia nos últimos anos pode responder. Algumas delas:

Em que gabinetes trabalhavam os beneficiados por pagamentos irregulares?

Quem são seus padrinhos, se é da natureza dos CCs a indicação política?

Quem autorizou a concessão de auxílios indevidos?

Quem atestou a efetividade dos que já tinham sido exonerados?

Por que não foram adotadas as providências recomendadas pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado, depois do escândalo dos selos, para prevenir irregularidades?


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - COM A PALAVRA OS PRESIDENTES E LÍDERES DE BANCADA...

segunda-feira, 22 de março de 2010

AUSÊNCIA EM PLENÁRIO - Parlamentares da AL-RS fraudam eleitores que representam


PRESENÇA SIMBÓLICA. Deputados saem antes do início das sessões - ZERO HORA, 22/03/2010. GIOVANI GRIZOTTI

Reportagem exibida ontem pelo Teledomingo, da RBS TV, mostrou uma prática antiga, mas controversa, que ocorre na Assembleia Legislativa gaúcha. Deputados estaduais costumam registrar presença até mesmo antes das sessões começarem para logo em seguida se retirarem do plenário, sem retornar ao local. A atividade dos parlamentares foi acompanhada pela reportagem durante duas sessões. Na primeira, realizada no dia 4 de março, com duração de 94 minutos, pelo menos cinco deputados registraram presença antes de os trabalhos terem início. Foram embora e não retornaram.

– As pessoas vêm, marcam presença e saem para viajar para suas bases. Faço isso porque desde que entrei nesta Casa é prática fazer isso – disse a deputada Leila Fetter (PP).

A segunda sessão acompanhada pela equipe da RBS TV ocorreu no dia 11 de março. Pelo menos três outros deputados registraram presença antes do início dos trabalhos e se retiraram.

Ao término da sessão, o painel eletrônico informava 41 deputados presentes, mas as imagens mostravam o plenário com apenas um assessor. Nas galerias, restou um só espectador, que acabou adormecendo.

Ausência durante votações pode acarretar descontos

O deputado Kalil Sehbe (PDT) disse que os parlamentares se ausentaram porque nos dias em que as imagens foram gravadas não houve votação de projetos.

– O deputado tem de estar presente nas ordens do dia – afirmou Kalil.

O artigo 26 do Código de Ética diz que será descontado um dia de trabalho do deputado que não comparecer à sessão ou se retirar dela durante a ordem do dia – ou seja, quando há votação. Não sofrerá desconto quem faltar até quatro sessões plenárias por mês se estiver a serviço do mandato.

O presidente da Assembleia, Giovani Cherini (PDT), entende que, nas sessões acompanhadas pela reportagem, o deputado poderia ter registrado presença sem permanecer em plenário, uma vez que não foram votados projetos.


QUEM MANDOU PAGAR? - PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
- ZERO HORA, 22 de março de 2010

Não é só a identidade dos funcionários que receberam mais de R$ 2 milhões indevidamente da Assembleia que os gaúchos têm o direito de conhecer. Mais até do que essa lista, que cedo ou tarde há de vir a público para não parecer que o Legislativo está acobertando uma fraude, é fundamental tornar públicas as falhas que permitiram ao parlamento continuar pagando salários a servidores que se aposentaram, foram exonerados ou voltaram para os órgãos de origem, no caso dos cedidos.

O descontrole explica uma parte. A outra, que responde pela maior parte do dinheiro pago irregularmente, cheira a vigarice.

Para um funcionário público receber seu salário todos os meses, é preciso que alguém ateste o comparecimento ao trabalho. A isso dá-se o nome de“efetividade”. Na falta de cartão-ponto, que isso é coisa rara no setor público, corre um livrinho que o funcionário deveria assinar todos os dias. Depois, é o chefe quem encaminha para o setor de pessoal esse atestado de efetividade.

Quem assinou a efetividade de Sueli Regina Coelho Klein, a mulher que recebeu mais de R$ 650 mil em sete anos e que está sumida do mapa? Quem a contratou? Quem a indicou, se era cargo de confiança? Todo o dinheiro ficou com ela ou foi dividido com quem, de alguma forma, contribuiu para que continuasse recebendo sem trabalhar?

No caso dos dois únicos que assumiram ter recebido a mais – o ex-juiz do Tribunal de Justiça Militar João Carlos Bona Garcia e a professora estadual Cláudia Lemos –, a explicação do descontrole faz sentido. Bona diz que quando notou o depósito mensal em sua conta, já depois de aposentado, tentou descobrir o que era e foi informado de que poderia ser alguma diferença que ficara para trás. Cláudia contou a ZH que quando percebeu o pagamento indevido procurou a Secretaria da Fazenda e abriu um processo de devolução.

E os outros? Parte deles fez acordo para devolver em suaves prestações o que recebeu a mais. Os demais terão de ser cobrados na Justiça, um processo lento que pode levar anos. E para quem pagou, qual será a punição? Ou vai se deixar tudo na conta do sistema arcaico da folha, que agora está sendo substituído por um novo, à prova de falha humana, mas talvez não imune a vigarice?

ALIÁS - Se é possível a Assembleia pagar a funcionários que não trabalham, será que as falhas do sistema não permitirão fraudes no lançamento de promoções e alterações de nível?

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - SE É DESTA FORMA QUE OS PARLAMENTARES GAÚCHOS REPRESENTAM SEUS ELEITORES E LEGISLAM PARA O POVO GAÚCHO (E GANHAM MUITO BEM PARA ISTO), ESTAMOS "LASCADOS" E "MAL-CONDUZIDOS". ESTE COMPORTAMENTO FRAUDA O VOTO RECEBIDO, O RESPEITO, A ÉTICA, A CONFIANÇA E A ESPERANÇA EM QUEM DEPOSITOU NAS URNAS O NOME QUE JULGAVA HONESTO E TRABALHADOR, APTO PARA LEGISLAR EM NOME DO POVO.

NÃO EXISTEM JUSTIFICATIVAS PARA QUEM REGISTRA A PRESENÇA E NÃO FICA PARA ACOMPANHAR O QUE OCORRE NO PLENÁRIO. COMPARANDO, É AQUELE ALUNO QUE REGISTRA SEU NOME NA LISTA DE CHAMADA E FOGE DA SALA DE AULA. O PROFESSOR QUE ACEITA ESTA PRÁTICA É CONIVENTE, ASSIM COMO É O PRESIDENTE DO LEGISLATIVO E OS LÍDERES DAS BANCADAS. ESTÃO FAZENDO DA POLÍTICA, UMA ARTE NO SENTIDO INFANTIL DA PALAVRA.

O PIOR. CONSIDERO ESTA CONDUTA UMA FRAUDE GRAVÍSSIMA E UM CRIME CONTRA O ERÁRIO. SÃO ATOS COMETIDOS FORMA REMUNERADA PELOS COFRES PÚBLICOS, PELOS ALTOS IMPOSTOS PAGOS PELO CIDADÃO. ELES ESTÃO VIOLANDO UM DEVER E DEVERIAM SER PROCESSADOS, JULGADOS E PUNIDOS COM A DEVOLUÇÃO DOS SALÁRIOS.

QUEM PAGA DE FORMA IRREGULAR TAMBÉM TEM QUE SER RESPONSABILIZADO, OU EXISTE CONIVÊNCIA PARA ISTO TAMBÉM. SÓ AGE QUANDO DESCOBERTO. A SOCIEDADE DEVERIA PROCURAR O MP E O JUDICIÁRIO PARA CONTER ESTES CRIMES.

quarta-feira, 17 de março de 2010

CONGRE$$O - LARANJAS DENUNCIAM SEUS PATRÕES.


Lobista confessa: "Fui laranja do Jucá"

Com R$ 2,5 milhões de dívidas e um processo contra filho do senador na Justiça, Geraldo Magela conta ao Congresso em Foco que, durante anos, emprestou seu nome ao líder do governo para que ele mantivesse uma emissora de TV - Eduardo Militão - Congresso em Foco - 17/03/2010.

Ex-dono da firma que controla a TV Caburaí, retransmissora da Bandeirantes em Roraima, o lobista Geraldo Magela Fernandes da Rocha titubeia no início, mas confirma. Era apenas um laranja do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Em entrevista ao Congresso em Foco, Magela confirma que o verdadeiro dono da TV Caburaí é Romero Jucá, uma situação que contraria a Constituição. De acordo com o artigo 54, deputados e senadores não podem ser “proprietários, controladores ou diretores” de empresas que sejam concessionárias de serviço público, caso das emissoras de rádio e TV.

Leia o que disse Geraldo Magela ao Congresso em Foco:

Congresso em Foco – O senhor aceitou abrir essa firma [Uyrapuru Comunicações e Publicidade, controladora da TV Caburaí]. Quem propôs ao senhor abrir essa firma?
Geraldo Magela Rocha – O senador Romero Jucá.

Congresso em Foco - O senhor trabalhava para ele?
Laranja - Trabalhava.

Congresso em Foco - O senhor era um testa de ferro do Jucá?
Laranja - Diante das pressões, realmente me tornei um testa de ferro. É a classificação melhor.

Congresso em Foco - Então, o senhor era um laranja do senador na televisão?
Laranja - Sim.

Congresso em Foco - A televisão pertence a ele?
Laranja - A televisão pertence... A Uyrapuru, no fundo, no fundo, pertencia a ele.

Congresso em Foco - O senhor era só o laranja?
Laranja - Certamente. Certamente, é a classificação certa.

segunda-feira, 8 de março de 2010

CONGRE$$O - Ausências são abonadas. Sarney é o campeão.


Sarney é o campeão de faltas não justificadas. Como a maior parte das ausências é abonada, senadores que são bem mais presentes no plenário acabam aparecendo oficialmente como mais faltosos - Fábio Góis e Rodolfo Torres - Congresso em Foco - 04/03/2010 - 06h20

Como o Congresso em Foco noticiou ontem (2), oito de cada dez faltas dos senadores em 2009 foram abonadas como consequência de diversas justificativas apresentadas. Assim, os maiores faltosos não sofreram qualquer represália, porque tiveram suas ausências abonadas. E alguns senadores que têm presença na Casa acabam oficialmente aparecendo como mais faltosos porque não justificaram suas ausências. Das faltas que restaram não justificadas, o campeão é o próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Conforme o levantamento exclusivo do Congresso em Foco, Sarney teve 20 ausências sem justificativa. Essa tendência já era verificada no primeiro semestre, quando ele já registrava 17 faltas, como mostrou o site. Contando o total de faltas – justificativas e não justificadas – Sarney é o 24º na lista.

Suplente do agora ministro Hélio Costa (Comunicações) e aliado de primeira hora de Sarney, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) foi o segundo senador com mais faltas não justificadas, finalizando o ano com 19 ausências – cinco a mais do que as registradas nos seis primeiros meses de 2009. No total, Wellington Salgado teve mais faltas que Sarney: 38, entre justificadas e não justificadas. No total, foi o quarto senador mais faltoso.

Dados oficiais

O levantamento do Congresso em Foco foi feito a partir dos números que a própria Secretaria Geral da Mesa disponibiliza na página eletrônica da Casa. Apesar de oficiais, esses números foram contestados pela assessoria de Sarney. Os registros da Secretaria Geral foram impressos, um a um, e apresentados pela reportagem ao assessor de Sarney, Francisco Mendonça, que, porém, munido de um levantamento próprio feito com base na agenda pessoal do presidente do Senado, contestou os dados. Conforme esse levantamento pessoal, não oficial, a partir da agenda pessoal de Sarney, suas faltas seriam 10, e não 20.

Segundo Mendonça, o controle que ele faz tendo como base a agenda pessoal de Sarney é mais detalhado do que o da Secretaria Geral. No entanto, o assessor não soube dizer por que o órgão registrou 10 faltas a mais. Ele diz ainda que Sarney “é muito assíduo”, e por vezes deixa de registrar presença por estar em reuniões da Mesa Diretora, ocasião sem viés oficial. “Ele só pode justificar a ausência se estiver em compromisso institucional, em nome do Senado”, acrescentou.

Ainda de acordo com o porta-voz, três das 10 faltas alegadas (2, 3 e 4 de junho) se deram em razão da cirurgia sofrida pela filha de Sarney, a então senadora Roseana Sarney, acompanhada por ele naquele mês. “O presidente fez questão de não pedir licença, porque achou que era uma questão pessoal. Ele estava muito transtornado na época”, lembra Mendonça, em referência ao escândalo dos atos secretos, que pôs, por mais de um semestre, o senador no epicentro das denúncias em 2009, quase custando seu posto.

Além dos três dias de junho, o assessor diz que, segundo sua contabilidade, Sarney deixou de participar de sessões deliberativas e não justificou a ausência nos dias 1º e 2 de abril, por compromissos oficiais; 19 de março, devido à viagem a Macapaí (AP); 20 de agosto, por conta de uma reunião da Mesa; e, sem registros de agenda, nos dias 25 de junho, 1º de outubro e 22 de dezembro.

Já Wellington Salgado não negou as ausências em plenário, e disse ao Congresso em Foco que o período de crise lhe tirou o ânimo em 2009. “Eu participei dos episódios do Renan [Calheiros, PMDB-AL] e, depois do presidente Sarney. Passei por um período muito conturbado, e isso cansou bastante. Não vinha assiduamente ao plenário”, admitiu o peemedebista, mencionando as denúncias que atingiram seus colegas de partido, e custaram a renúncia de Renan da Presidência.

Segundo Wellington, que é membro de algumas comissões temáticas e vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, algumas reuniões realizadas simultaneamente ocasionaram também ausências. “Mas no plenário isso não é desculpa. Eu tive faltas mesmo”, declarou Wellington, para quem o desempenho parlamentar é auferido nos colegiados, e não em plenário.

No caso das faltas sem justificativa, o levantamento mostra que, além dos peemedebistas alinhados ao Planalto, a oposição também está representada. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), é o terceiro mais faltoso dentro desse critério, com 16 faltas. No total, entre faltas justificadas e não justificadas, cai para 42º . Outro líder oposicionista, José Agripino (DEM-RN), registra 11 faltas. No total, fica em 47º.

A exemplo de Sarney, Agripino também manteve a tendência do primeiro semestre. Mas não vê problemas em seus registros de ausência. Muito pelo contrário: considera tal controle “uma piada”. “Isso é uma piada, uma piada completa. Eu só posso interpretar dessa forma”, disse Agripino ao Congresso em Foco, alegando ser, devido ao seu papel de líder oposicionista, um dos mais presentes entre os 81 senadores. “A minha presença é de tal forma constante que eu não guardo preocupação em registrar presença.”

Agripino disse já ter sido “advertido” por servidores da Mesa Diretora quanto à necessidade de registrar suas presenças, mesmo tendo participado da sessão deliberativa em questão. “A consequência de minha presença constante é me sentir absolutamente despreocupado quanto a isso. Não tenho nenhuma preocupação em registrar as eventuais e pouquíssimas faltas”, enfatiza o senador potiguar, para quem a preocupação deve ser outra.

“Dos senadores, deve-se cobrar participação, eficiência, produção”, repetiu Agripino. Ele avalia que o importante é a participação efetiva em votações importantes, às quais diz estar sempre presente. “Sinto-me em dia com as minhas obrigações. Essa é a colocação que faço com absoluta franqueza.”

“Asma braba”

Mencionando o colega Arthur Virgílio, a quem considera um dos mais assíduos, Agripino acrescentou ainda que a Casa perderia o dinamismo sem determinados senadores. “Se tirar algumas figuras, não existe plenário.”

Apesar de registrar o mesmo número de faltas de Agripino, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) aparece na quarta colocação por ter comparecido a menos sessões do que o colega de Senado. Em seu primeiro mandato, Gilvam passou boa parte do ano substituído pelo irmão e suplente, Geovani Borges (PMDB-AP). (confira a tabela completa)

“Uma vez eu já comentei que isso [o enfoque sobre as ausências] é absolutamente ridículo, vocês rebaixam o site com esse tipo de trabalho”, reclamou o tucano Arthur Virgílio, informando que uma “asma braba” o tirou de combate em duas ocasiões, devidamente registradas em atestados que, segundo o próprio senador, não chegaram a ser protocolados na Mesa Diretora.

Por fim, Virgílio reclamou da “incoerência” de ter alcançado boa colocação, em mais de um ano, no Prêmio Congresso em Foco – em que jornalistas e internautas escolhem, em livre processo de votação, seus parlamentares preferidos –, e, no entanto, figurar agora no levantamento como um dos mais faltosos de 2009. “É absolutamente incoerente vocês me elegerem um dos senadores mais atuantes e agora me apontarem como um dos mais faltosos”, criticou o tucano.

“O que eu faço? Eu devolvo o prêmio? Ele está aqui em casa, eu posso devolver”.

(Nota da edição ao senador Arthur Virgílio: o Prêmio Congresso em Foco é um reconhecimento das qualidades percebidas na atuação parlamentar, mas não é um salvo conduto a partir do qual o parlamentar se torna inatacável. Arthur Virgílio não foi um dos mais faltosos, foi um dos que mais faltaram sem justificativa. E o que o site faz agora é registrar um dado numérico, num levantamento que faz periodicamente e que ajudou a tornar o Congresso em Foco conhecido. O site não discute qualidades e excelências dos parlamentares, nem quando promove o prêmio. As escolhas para o prêmio não são do site, mas dos jornalistas que cobrem o Congresso, num primeiro momento, e dos internautas em votação pela internet, no segundo momento)

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - E NÓS, OTARIOS, CONTINUAMOS PATROCINANDO ESTAS FARRAS NO CONGRESSO. NA MINHA OPINIÃO, SE O POVO EM MASSA RESOLVESSE ANULAR O VOTO NA ELEIÇÕES DE 2010 PARA O SENADO E DEPUTADO FEDERAL, O SISTEMA POLÍTICO SERIA COLOCADO EM XEQUE DIANTE DA VERGONHA QUE SERÁ EXPOSTO O PARLAMENTO BRASILEIRO AQUI NO PAÍS E NO EXTERIOR.

terça-feira, 2 de março de 2010

CONGRE$$O - UM PODER DESACREDITADO


Datafolha: apenas 14% aprovam atuação do Congresso - 01/03/2010 às 08h46m; O Globo

RIO - Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo" mostra que apenas 14% aprovam a atuação do Congresso Nacional, palco de uma série de escândalos no ano passado. Na última pesquisa, realizada em dezembro de 2009, o percentual do eleitorado que considerava o desempenho dos parlamentares como "ótimo ou bom" era de 15%. Há um ano, chegava a 16%. (E você, como avalia o desempenho do Congresso?)

De acordo com o levantamento, 39% acham o trabalho do Congresso "regular", percentual que se manteve estável desde março de 2009. Já uma fatia de 39% do eleitorado avalia como "ruim ou péssima" a atuação dos parlamentares. Esse percentual, que era de 37% há um ano, havia subido para 40% na pesquisa anterior.

A sondagem mostra ainda que, dos entrevistados que simpatizam com o PSDB, apenas 7% consideram ótimo ou bom o desempenho do Congresso, enquanto 56% dizem que é "ruim ou "péssimo". Dos que preferem o PT, segundo a pesquisa, 17% acreditam que é "ótimo ou bom", e 35%, "ruim ou péssimo".

Segundo o Datafolha, a melhor avaliação foi dos entrevistados que têm preferência pelo PMDB, partido dos presidentes do Senado, José Sarney (AP), e da Câmara, Michel Temer (SP). Entre eles, 20% dizem que o desempenho dos parlamentares é "ótimo ou bom", e 37%, "ruim ou péssimo".

O Datafolha ouviu 2.623 pessoas acima de 16 anos nas cinco regiões do país, entre os dias 24 e 25 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para mesmo.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - DIANTE DE TANTAS EVIDÊNCIAS, PRECISA?